Nem sempre as artes e os ofícios tradicionais têm merecido a devida atenção e raramente se olha para estes sectores da actividade económica como janelas de oportunidade para o futuro dos jovens. Julgo que o cerne do problema radica no facto de se ter atribuído pouca dignidade social a estas profissões.
Por isso, é cada vez mais difícil encontrar quem domine as técnicas elaboradas de profissões práticas antigas, como a de ferrador, de tosquiador, de enxertador, de podador, entre outras.
A determinada altura perdeu-se uma grande oportunidade para ministrar cursos profissionais nestas áreas, todavia não é tarde para inverter esta situação.
Por isso, defendemos a elaboração de parcerias com entidades diversas para a realização de cursos de artes e ofícios tradicionais, no sentido de responder à procura crescente de produtos e serviços diferenciados por parte de um segmento de mercado com elevado poder económico.
A título de exemplo, refira-se que não é fácil encontrar um bom podador hoje em dia, com prejuízo da rentabilidade das explorações agrícolas, o mesmo sucedendo com os enxertadores, cuja perícia e saber de experiência feito se vai exaurindo sem que deles restem testemunhos e heranças proveitosas.