A riqueza patrimonial do concelho de Idanha-a-Nova é um dado irrefutável, nos seus múltiplos e variados aspectos, seja no campo do património construído, corpóreo e incorpóreo, bem como no campo do património natural.
Estes valores, cuja edificação e preservação se deve, em grande medida, a gerações anteriores à nossa, são agora utilizados como ponto de atracção e como mais valia a ter em conta, no âmbito da animação do tecido económico local. Por isso, a Câmara Municipal tem canalizado as suas atenções, repercutidas num esforço financeiro apreciável, no sentido de afirmar o concelho como um marco turístico incontornável da região. Não obstante, estas medidas não têm tido o retorno almejado, a julgar pelo desânimo de grande parte dos comerciantes do concelho, mormente os empresários do ramo da restauração e hotelaria. Julgo que este facto nos deve ensinar que apesar do sector do turismo merecer um lugar de destaque no quadro das actividades económicas do concelho, não deveremos olhar para ele como uma espécie de tábua de salvação, susceptível de fazer inverter fenómenos como o crescente desemprego e desertificação.
Consideradas as devidas diferenças, a ver no turismo o único vector do desenvolvimento económico, corremos o risco de ver acontecer o que sucedeu com a monocultura do tabaco: quando esta acabou não existia uma alternativa viável, susceptível de criar os rendimentos e a riqueza daquela.
Agora que a crise aflige os mercados, e que o sector do turismo se recente da contracção da despesa no ramo, fica a nu o resultado de políticas unívocas, como aquela que pautou o fomento do sector económico nos últimos anos. Afinal, o turismo não passou de um balão com muito ar, que rebentou ao sinal da primeira brisa.