Nem sempre é fácil debater assuntos que digam respeito ao futuro da nossa terra e do nosso concelho, muito menos quando se apontam as debilidades dos políticos e das politicas seguidas.
Encarar com frontalidade questões polémicas, sobretudo quando falta massa crítica e abunda o carneirismo político, torna-se, por vezes, uma tarefa bastante ingrata, apesar de frutífera e prometedora, pois o debate de ideias revela-se um contributo essencial para o crescimento e o fortalecimento da democracia.
Nos pequenos meios, como o de Idanha-a-Nova, onde o caciquismo e o comprometimento de interesses se mostram cada vez mais evidentes, quem tem a coragem de dizer o "rei vai nu" é apontado, não raro, como traidor, como se a livre opinião se tratasse de um delito público.
Realmente, este dado revela bem algum índice de défice democrático, pelo menos no que respeita à livre expressão de ideias. Já não vou tão longe quanto um comentador deste blog, que compara, por defeito, Álvaro Rocha a Alberto João Jardim, mas não minto se disser que o poder instalado prefere o seguidismo à capacidade de crítica isenta. Eu, que conheço um pouco da História desta Terra e desta Gente, sei que foi assim durante muito tempo, direi mesmo tempo a mais. O que me espanta é que esta maneira de estar perdure para além do que seria aceitável. É lamentável que não sejam ainda muitos aqueles que conseguem discutir com elevação questões centrais para o futuro de Idanha, não obstante o seu número é crescente, e isso encoraja todos quantos nos preocupamos com a nossa Terra.