sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

as regras do jogo

Antes de prosseguir este trabalho de escrever sobre temas de interesse político para a freguesia, impõe-se uma reflexão de carácter intelectual, que diz respeito ao modo como pode e deve ser feita a promoção de um movimento como o nosso, nas circunstâncias precisas em que ele surge.
Impõe-se também a apresentação de alguns considerandos, que, de resto, não são estranhos à generalidade da população e dos eleitores.
Os mesmos prendem-se com o facto de ter sido colaborador de Álvaro Rocha até há relativamente pouco tempo. Com efeito, por concurso público, acedi ao lugar de técnico-superior de História da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, o que me permitiu colaborar próxima e estreitamente com o Presidente da Câmara Municipal. Durante o tempo em que exerci as minhas funções de assessor de imprensa fi-lo com lealdade e honestidade, imbuído de um espírito de dedicação de cuja integridade não posso admitir a mais pequena dúvida, seja da parte de quem for.
Por diversas vezes discordei das posições defendidas por Álvaro Rocha, por entender que não eram as mais correctas. Todavia, por dever de respeito hierarquico, acatei sempre as suas ordens, de resto essa era a minha obrigação.
Neste momento, nenhum vínculo profissional me liga a Álvaro Rocha, e se temos algumas coisas em comum não posso esquecer nem omitir as ligações antigas que ambos mantemos com o Partido Socialista. Não obstante, o Álvaro tem uma meneira peculiar de lidar com o poder, quer dentro da estrutura partidária, quer na estrutura orgânica da autarquia, maneira de estar com a qual discordo por formação humana e cívica. Eu gosto de ouvir os demais parceiros, de lhes dar voz, de lhes dar oportunidade de participar, e, questão muito importante, nunca liguei a tricas nem a maledicencias.
Mas não é por divergências de carácter democrático que me afasto de Àlvaro Rocha. Faço-o porque acho que o meu antigo camarada tem seguido políticas erradas, para a freguesia em particular e para o concelho em geral. E a realidade é disso uma evidência: o desempregou aumentou; a probreza atinge cada vez mais famílias; a criminalidade assume proporções assustadoras; as empresas fecham as portas; o êxodo das populações acentuou-se nos últimos anos. Tudo isto são evidências, a que não são alheias as políticas seguidas por Álvaro Rocha.
Destarte, não me coibirei de tecer as críticas que entender oportunas ao trabalho e à maneira de estar na vida pública de Álvaro Rocha. As mesmas não têm, como não podiam ter, um carácter pessoal. Nada tenho de particular contra ele,por um lado, e, por outro, merece-me o respeito institucional que deve merecer um titular de um órgão eleito pelo povo.
Mas a democracia ditou as regras do jogo, e a principal delas talvez seja a da liberdade de expressão, conjugada com o dever de dizer a verdade.