A forma despudorada com que Álvaro Rocha se serve do seu cargo de autarca para se promover enquanto candidato à Câmara Municipal de Idanha-a-Nova está a atingir proporções absolutamente inaceitáveis do ponto de vista da ética política e quase ultrapassa o limiar do permitido por lei.
Com efeito, não se percebe se na negociata que concebeu para a Várzea, em que envolve os seus camaradas socialistas Jaime Silva e Rui Moreira, intervém na qualidade de candidato ou de autarca.
A Gazeta do Interior, periódico de que Álvaro Rocha era accionista directo até há bem pouco tempo, noticía, na sua edição de 29 de Junho, que a Lista Socialista liderada pelo candidato Álvaro Rocha se apresenta este sábado, para adiantar depois que o candidato já reuniu com o ministro da Agricultura e que a proposta de uma incubadora de jovens agricultores irá avançar dentro em breve.
Isto é inaceitável. O ministro e o director regional não se podem comprometer desta forma com um candidato. Com o futuro do concelho não se brinca e a Várzea não é um couto socialista. É propriedade da República Portuguesa.
Conheço pessoalmente Rui Moreira. Tenho com ele uma relação cordial e respeitosa e julgo que como homem de bem que é se deveria demarcar já de toda esta embrulhada em que Álvaro Rocha o envolveu.
Aceito que tanto o Director Regional como o Ministro possam ter recebido Álvaro Rocha para ouvir a sua proposta, como poderiam ou deveriam ouvir os outros candidatos que têm projectos para a Várzea. Mas não posso aceitar que Álvaro Rocha venha para os jornais, na qualidade de candidato a autarca, fazer afirmações que comprometem a dignidade e a seriedade do Estado Português.