Nem sempre é fácil combater o imediastismo político e o foguetório eleitoralista em que se traduzem as medidas promovidas pelo actual executivo camarário, no sentido de se manter no poder a todo o custo, muito concretamente à conta do erário público. Não que do escrutínio das obras promovidas na freguesia resulte outra evidência que a do navegar à deriva, sem rumo e sem objectivos sérios. A análise atenta de factores concretos, como a criação de riqueza, o emprego o investimento privado, reflectem a falta de orientação e de vocação governativa, face à evolução negativa de todos eles.
A questão que se levanta prende-se com a justificação, a prioridade e o fim de obras como um complexo de piscinas, pomposamente apelidadas de qualquer coisa de Tejo Internacional. Quais serão, a médio e a longo prazo, as aportações e benefícios que tal investimento trará à freguesia?
Importará a alguém esta questão? Ou será que todos pensam apenas no prazer do primeiro mergulho?
Os jovens de hoje, homens de amanhã, estarão mais preparados para a vida activa e para o mercado de trabalho depois de umas braçadas na piscina do Ladoeiro? Fará Álvaro Rocha reflexões em torno desta problemática? Será o seu contributo para a formação das novas gerações tão mesquinho, quanto a construção de uma piscina?
Acredito nas potencialidades da hidroterapia e reconheço na natação um desporto completo e saudável. Mas sei que sem formação, sem instrução escolar e profissional, em suma, sem educação, os nossos jovens terão muitas dificuldades num futuro não muito longínquo. Álvaro Rocha não se importa com isso, pois os seus objectivos estão pouco além do seu nariz, temporalmente falando, e Outubro está a menos de um palmo.